terça-feira, 8 de novembro de 2016

ESTRELA DA NOITE - ANDRE VIANCO

                      

 A trama do livro acompanha a história de Rafael, um menino de 12 anos que vive                atormentado com a perseguição que sofre de alguns colegas na escola e com a falta que      ele sente de seu pai que morreu. Sem ajuda da mãe, do irmão mais velho ou de qualquer outro adulto, Rafael recorre ao além para tentar contatar seu pai e pedir orientação. Após     um solitário jogo do copo, Rafael consegue obter um estranho endereço virtual que o           redireciona para baixar o aplicativo Pé na Tumba no seu smartphone. O aplicativo oferece   serviços de diversos espíritos e demônios macabros.                                                              
Então, Rafael contrata o demônio Estrela da Manhã para protegê-lo e vingá-lo das perseguições constantes que ele sofre, o demônio atende ao pedido de socorro do garoto e estabelece um contrato de proteção contra 7 pessoas. Quando a primeira delas morre, Rafael percebe que a ação de seu protetor terá conseqüências mais pesadas do que o garoto gostaria de suportar.
capa_final
O primeiro dos méritos óbvios da história é algo que existe em comum em todos os livros de Vianco: a imersão. O primeiro parágrafo basta para que o leitor não queira mais deixar o livro de lado e o adentre com grau máximo de empatia pelo protagonista e sensibilizado com os conflitos que são apresentados ao longo da trama. O terror e o suspense se apresentam de maneira gradual em doses acertadas de modo que nada pareça inverossímil, mesmo para o leitor mais exigente com as lógicas diegéticas.
O começo de Estrela da Manhã vai dar a impressão de que estamos lendo uma história aventuresca sobre bullying e um garoto tentando superar desafios da pré-adolescência. Contudo, a trama rapidamente se converte ao terror e tem trechos memoráveis nesse sentindo, sendo a maior parte deles no momento em que Estrela da Manhã executa suas funções assassinas.
Os personagens do livro têm profundidade o suficiente para parecer que são conhecidos ou vizinhos do leitor, e isso é uma das marcas que torna a escrita de André Vianco tão atrativa e cativante é um sentimento semelhante ao de se ler os trechos de Stephen King no qual somos apresentados a alguma vizinhança de uma pacata cidadezinha como Derry. Vianco é competente em provocar essa impressão, normalmente essencial para que o terror possa ser levado a sério pelo público.

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